Repositório Institucional Cruzeiro do Sul Campus Liberdade Teses Doutorado Interdisciplinar em Ciências da Saúde
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Tipo: Tese
Título: Acoplamento visuomotor no controle postural de pessoas com doença de Parkinson
Título(s) alternativo(s): Postural control visual-motor coupling in people with Parkinson's disease
Autor(es): Cruz, Caio Ferraz
Primeiro Orientador: Barela, José Angelo
metadata.dc.contributor.referee1: Barela, José Angelo
metadata.dc.contributor.referee2: Barela, Ana Maria Forti
metadata.dc.contributor.referee3: Pires, Adriana Cristina Levada
metadata.dc.contributor.referee4: Barbieri, Fabio Augusto
metadata.dc.contributor.referee5: Doná, Flavia
Resumo: A doença de Parkinson (DP) acarreta dificuldades no controle dos movimentos, devido a alterações nos sistemas motor e sensorial, tendo sido sugerido que pessoas com DP têm uma dependência maior da visão para controlar seus movimentos. O objetivo desta tese foi investigar a influência da informação visual no desempenho do controle postural e no acoplamento visuomotor de pessoas com DP, em comparação com pessoas sem DP. Para tanto, foram realizados três estudos, nos quais os participantes permaneceram na posição em pé e quieta dentro de uma sala móvel e foram solicitados a olhar para um alvo na parede frontal, durante tentativas de 60 s. No primeiro estudo, participaram 14 pessoas com DP idiopática (69,6 ± 8,8 anos, Hoehn & Yahr: 1 a 3) e 14 pessoas sem comprometimento neurológico (grupo controle, 68,6 ± 3,0 anos). Cada participante realizou 10 tentativas: na primeira tentativa, a sala permaneceu parada e nas demais a sala foi movimentada na direção ântero-posterior em frequências de 0,1, 0,17 e 0,5 Hz (três tentativas em cada frequência). Um sistema de análise do movimento (Optotrak Certus) registrou o deslocamento da sala móvel e a oscilação dos participantes. O desempenho postural foi examinado usando a amplitude média de oscilação (AMO), e a relação entre informação visual e oscilação corporal foi examinada usando coerência, ganho, fase, variabilidade de posição e de velocidade. O grupo com DP apresentou maior magnitude de oscilação corporal que o grupo controle nas condições de sala parada e em movimento. A oscilação corporal das pessoas com DP foi induzida pela manipulação visual em todas as frequências do estímulo visual, mas sua oscilação corporal foi menos coerente em comparação com o grupo controle. No entanto, nenhuma diferença foi observada na estrutura do acoplamento visuomotor. No segundo estudo, participaram 21 pessoas com DP idiopática (62,1 ± 7,2 anos, Hoehn & Yahr: 1 e 2) e 21 pessoas no grupo controle (62,3 ± 7,1 anos). Cada participante realizou 10 tentativas: na primeira tentativa, a sala permaneceu parada e nas demais a sala foi movimentada na direção ântero-posterior, em 3 blocos de 3 tentativas, com diferentes condições de complexidade e previsibilidade do estímulo visual. No primeiro bloco, a sala foi movimentada com frequência de 0,2 Hz (condição “periódico simples”); no segundo bloco, a sala foi movimentada com frequências periódicas combinadas de 0,1, 0,3 e 0,5 Hz (condição “periódico complexo”); no terceiro bloco, a sala foi movimentada com frequências não periódicas combinadas de 0,1, 0,3 e 0,5 Hz (condição “não periódico complexo”). Sem manipulação visual, não houve diferença na AMO entre os grupos. Com a manipulação visual, o grupo com DP apresentou maior magnitude de oscilação apenas na condição não periódico complexo. Pessoas com DP oscilaram atrasadas em relação à sala móvel, com maiores valores de fase em comparação com seus pares, mas apenas na condição “periódico simples”. Nenhuma diferença entre os grupos foi encontrada nas outras variáveis. No terceiro estudo, os participantes foram os mesmos do segundo estudo. Cada participante realizou 3 blocos de 3 tentativas, com a sala se movendo com frequência de 0,2 Hz: no primeiro bloco, não foi dada informação sobre o movimento da sala; no segundo bloco, os participantes foram informados sobre o movimento da sala e solicitados a resistir (não oscilar junto com a sala). O grupo com DP apresentou maior AMO que o grupo controle. Nas demais medidas, não houve diferença entre os grupos, exceto na variabilidade de velocidade na condição sem informação, em que o grupo com DP obteve maiores valores. Na condição de resistir ao estímulo visual, os grupos apresentaram menor AMO e menor ganho que na condição sem informação. Considerando os resultados dos 3 estudos, pode-se sugerir que pessoas com DP, embora apresentem declínio no desempenho do controle postural e atraso no processamento da informação visual previsível, não apresentaram alteração no acoplamento visuomotor, independente da complexidade e da previsibilidade do estímulo visual ou do fato de o controle ser automático ou haver envolvimento intencional. Portanto, conclui-se que os mecanismos do sistema nervoso central responsáveis pelo uso da informação visual para o controle postural de pessoas nos estágios iniciais da DP estão preservados.
Abstract: Parkinson's disease (PD) causes difficulties in movement control due to changes in motor and sensory systems, and it has been suggested that people with PD show overreliance on vision to control their movements. The aim of this thesis was to investigate the influence of visual information on the postural control performance and on the visuomotor coupling of people with PD compared to those without PD. Therefore, three studies were carried out, with participants standing upright inside a moving room and asked to look at a target on the front wall, during trials of 60 s. In the first study, 14 people with idiopathic PD (69.6 ± 8.8 years, Hoehn & Yahr: 1 to 3) and 14 people with no neurological impairment (control group, 68.6 ± 3.0 years) participated. Each participant performed 10 trials: in the first trial, the room remained motionless and in the others the room was moved in the anteroposterior direction at frequencies of 0.1, 0.17 and 0.5 Hz (three trials at each frequency). A motion analysis system (Optotrak Certus) recorded the movement of the room and the participants’ sway. Postural performance was examined using mean sway amplitude (MSA) and the relationship between visual information and body sway was examined using coherence, gain, phase, position and velocity variability. The people with PD showed larger body sway magnitude than the controls in the conditions when the room remained motionless or was oscillated. Correspondent body sway of people with PD was induced by visual manipulation at all frequencies of the visual stimulus, but their body sway was less coherent compared to the control group. However, no difference was observed in the structure of the visuomotor coupling. In the second study, 21 people with idiopathic PD (62.1 ± 7.2 years, Hoehn & Yahr: 1 and 2) and 21 people in the control group (62.3 ± 7.1 years) participated. Each participant performed 10 trials: in the first trial, the room remained motionless and in the others the room was moved in the anteroposterior direction, in 3 blocks of 3 trials, with different conditions of complexity and predictability of the visual stimulus. In the first block, the room was moved with frequency of 0.2 Hz ("periodic simple" condition); in the second block, the room was moved with combined periodic frequencies of 0.1, 0.3 and 0.5 Hz ("periodic complex" condition); in the third block, the room was moved with combined non-periodic frequencies of 0.1, 0.3 and 0.5 Hz ("non-periodic complex" condition). With no visual manipulation, there was no group difference in MSA. With visual manipulation, the group with PD presented greater sway magnitude only in the non-periodic complex condition. Regarding the relationship between visual information and body sway, people with PD lagged behind the moving room, with larger phase values, compared to their peers, but only in the periodic simple condition. No group difference was found in the remained measurements. In the third study, participants were the same from study 2. Each participant performed 3 blocks of 3 trials, with the room moving at a frequency of 0.2 Hz: in the first block, no information about the room’s movement was given; in the second block, participants were informed about the room’s movement and were asked to resist (do not sway with the room). People with PD presented higher MSA than the control group. In the other measurements, there was no group difference, except in the velocity variability in the condition without information, in which the group with PD presented higher values. In the condition of resisting the visual stimulus, the groups presented lower MSA and lower gain than in the condition with no information. Taken together results from all three studies, it can suggested that people with PD, although presenting a decline in the postural control performance and a delay in the processing of predictable visual information, show no alteration in the visuomotor coupling, regardless of the complexity and predictability of the visual stimulus or the fact that the control was automatic or there was intentional involvement. Therefore, it is concluded that the mechanisms of the central nervous system responsible for the use of visual information for the postural control of people in the early stages of PD are preserved.
Palavras-chave: Acoplamento sensório-motor
Postura
Visão
CNPq: CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE
Idioma: por
País: Brasil
Editor: Universidade Cruzeiro do Sul
Sigla da Instituição: Cruzeiro do Sul
Programa: Doutorado Interdisciplinar em Ciências da Saúde
Citação: CRUZ, C. F. Acoplamento visuomotor no controle postural de pessoas com doença de Parkinson. 2019. 113 f. Tese (Doutorado Interdisciplinar em Ciências da Saúde) - Universidade Cruzeiro do Sul, São Paulo, 2019.
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
URI: https://repositorio.cruzeirodosul.edu.br/handle/123456789/272
Data do documento: 26-Fev-2019
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